Professor mineiro faz o Enem todo ano para inspirar alunos: 'O conhecimento é o passaporte para a liberdade'
15/10/2025
(Foto: Reprodução) Ricardo Capetinga é professor de cursinho preparatório e já passou em mais de 10 vestibulares para incentivar alunos
Reprodução/Tv integração
No Dia do Professor, celebrado nesta quarta-feira (15), o g1 conta a história de Ricardo Capetinga, de 58 anos, professor de cursinho em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. Apaixonado pelo ensino, ele já foi aprovado mais de dez vezes em vestibulares — entre eles, quatro em medicina e oito em psicologia — e continua fazendo o Enem todos os anos para se manter atualizado e motivar os alunos.
“Eu faço o Enem com eles. É uma forma de estar em dia com o conteúdo, de saber o que está sendo pedido. Não dá para ensinar sem estar em sintonia com o mundo real das provas”, disse.
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Nascido em Belo Horizonte e formado em biologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ricardo começou a dar aulas ainda adolescente. Aos 14 anos, ensinava matemática e ciências para filhos das clientes da floricultura da mãe. “Ela dizia: ‘chama o Ricardinho que ele ensina bem’. E lá ia eu ajudar”, relembrou.
Aos 16, já dava aulas de natação. Desde então, nunca se afastou por muito tempo da docência. “Mesmo quando vivi outras experiências, sentia falta da sala de aula. Essa é a minha essência”, disse.
Antes de se fixar em Divinópolis, o professor viveu experiências diversas: trabalhou no Ibama, morou no Nordeste e chegou a viver na França, onde plantou aspargos e tosquiou ovelhas. Também foi guia turístico, gerente de restaurante e dono de pousada. “Foram anos intensos, mas tudo o que vivi virou aprendizado. O professor precisa ter estrada”, afirmou.
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O reencontro com o ensino veio quando decidiu cursar medicina na Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), em Divinópolis. A cidade o conquistou. “Fiquei impressionado com o acolhimento da universidade e a relação próxima entre professores e alunos. Foi aí que decidi ficar”, lembrou.
Logo, Ricardo foi convidado a lecionar em cursinhos preparatórios e se reconectou à rotina que mais gosta. “Mostrei meu histórico, minhas notas de Enem, e eles viram que eu estava em dia. A sala de aula me completava”, contou.
Hoje, ele se orgulha de ver seus alunos ingressando em universidades públicas — muitos deles na própria UFSJ.
“Teve turma que um terço dos aprovados veio das minhas aulas. Meu papel é despertar nos alunos o desejo de aprender, de viver, de enxergar o mundo com olhos curiosos. O conhecimento é o passaporte para a liberdade. Ser professor é mais que uma profissão. É uma forma de existir”.
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